Pacientes oncológicos também devem tomar vacina contra a Gripe

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Quando uma pessoa é diagnosticada com câncer, a prioridade é o tratamento da doença e durante esse período o paciente pode ter dúvidas sobre o que pode e o que não pode fazer. Tomar ou não uma vacina é uma delas. As chamadas vacinas atenuadas (contra sarampo, rubéola, varicela, febre amarela, herpes zoster, poliomielite, rotavírus e BCG) devem ser evitadas. Pelo fato de o paciente estar com seu sistema imunológico um pouco afetado, o uso de vacinas atenuadas pode implicar em risco de desenvolvimento de doença, é o que explicam os especialistas.

Já as vacinas feitas de microorganismos mortos, toxinas de microrganismos ou proteínas (hepatite A, hepatite B, HPV, alguns subtipos de influenza, pneumonia) podem ser tomadas desde que o paciente não esteja fazendo quimioterapia. Vale lembrar que pacientes em quimioterapia, por conta da baixa imunidade, são mais suscetíveis a infecções fatais por microrganismos que vivem em nosso próprio corpo, incapazes de formar uma reposta ou memória imunológicas.

A Campanha Nacional de Vacinação contra o Influenza, promovida pelo Ministério da Saúde desde o dia 23 de abril, tem o objetivo de vacinar 54 milhões de pessoas em todo o país. Por meio da imunização, o órgão planeja minimizar a incidência dos três subtipos mais comuns da gripe: H1N1, H3N2 e Influenza B.

De extrema importância para a saúde da população brasileira em geral, a vacinação se tornou motivo de preocupação entre os pacientes oncológicos, parentes, cuidadores e profissionais de saúde. Com o objetivo de esclarecer as dúvidas destes públicos, a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) reuniu recomendações importantes para tranquilizar estes públicos.

A orientação principal é que pessoas que estão em meio a tratamentos por meio de radioterapia, quimioterapia venosa ou oral, terapia-alvo – incluindo rituximabe – ou pacientes pós-transplante podem receber a vacina com segurança. Porém, é importante que o paciente consulte previamente seu oncologista.

Nos casos de tratamentos por imunoterapia (anticorpos anti-PD-L1 e anti-CTLA4) os pacientes podem receber a vacina, já pacientes em uso de terapia imunossupressora, como a resposta à vacina para influenza pode ser variável, é recomendado administrá-la entre os ciclos de quimioterapia e utilizar medidas adicionais de proteção, como lavar sempre as mãos, evitar locais com aglomeração de pessoas, utilizar álcool gel nas mãos e máscara de proteção.

Mas é importante também frisar que quem convive com pacientes oncológicos devem tomar a vacina. Na rede pública, a iniciativa é voltada principalmente para idosos, gestantes, crianças com idades entre seis meses e 5 anos, trabalhadores da saúde, professores, povos indígenas, puérperas (mulheres cujo parto ocorreu há até 45 dias) adolescentes e adultos privados de liberdade. Portanto, pacientes oncológicos em si, que não se enquadram nessas especificações, não fazem parte do público-alvo da rede pública, tendo que procurar a rede privada para imunização.