O sangue pode ser um sinal de que algo não vai bem

sangueDificuldade para evacuar e sangue nas fezes. Durante muito tempo a estilista Ana Paula Massolin Monteiro, de 39 anos, ignorou esses sinais. Achava que o sangue era decorrente de feridas, chegou inclusive a cauterizar uma. “No início era pouquinho sangue, depois foi aumentando. Eu até pesquisei e vi que podia ser sinal de algo mais grave, mas você nunca acha que será com você”, diz.

Os sangramentos não cessaram, Ana Paula passou por exames e recebeu o diagnóstico de câncer colorretal. “Na hora não me dei conta do que estava acontecendo, acho que fiquei em choque, queria resolver tudo logo”, conta.

Sangramento é um sinal importante que não pode ser ignorado por quem tiver. Pode indicar várias doenças, inclusive o câncer. Além de câncer colorretal, pode ser um indicativo de tumor na bexiga, rim, endométrio, colo de útero, pulmão, estômago, esôfago e também leucemia. “Nem todo sangramento indica câncer, pode indicar outras doenças. Mas o importante é que todo sangramento seja investigado e avaliado por um médico, não pode ser ignorado”, afirma o oncologista Lucas Santos, que integra o Comitê Científico do Instituto Vencer o Câncer.

“Presença de sangue nas fezes, na urina, no vômito, no escarro e o sangramento vaginal são os mais comuns”, acrescenta o oncologista. Assim, o sangue nas fezes pode indicar tumor no intestino ou até em outro órgão, mas que tenha se espalhado para o intestino; na urina, pode indicar câncer de bexiga e rim; no vômito, pode indicar câncer de estômago e esôfago; no escarro, pode ser sintoma de tumor no pulmão; e o sangramento vaginal pode indicar câncer de colo de útero ou de endométrio.

No caso de câncer, os sangramentos não ocorrem somente estágios avançados da doença, mas também podem ocorrer nas fases iniciais. “Não importa a quantidade de sangue. Havendo sangramento, a pessoa deve procurar assistência médica”, diz o médico.

Já o sangramento nasal na maioria das vezes não indica nada mais grave e geralmente é provocado por rompimento de vasos sanguíneos. “Mas é importante que também seja avaliado por um médico”, insiste o oncologista.

O câncer da estilista Ana Paula Massolin Monteiro foi diagnosticado há 4 anos, em estágio avançado com metástase no pulmão. “Eu nunca imaginei que pudesse ter porque eu fazia atividade física, comia direito, não tinha caso na família”, conta.

Ana Paula encarou o tratamento com coragem e otimismo. “Claro que tive momentos de medo, de desespero, mas eu sempre procurei também me ocupar com outras atividades. Mesmo afastada do trabalho, eu fazia vestidos para minhas amigas, me mantinha ocupada”. A estilista passou por cirurgias, fez quimioterapia e agora faz acompanhamento médico de três em três meses. “Eu descobri que sangramento não é normal, precisa ser investigado. Durante todo o processo eu conheci muitas histórias de pessoas que conseguiram superar o câncer e outras que não conseguiram. Hoje eu entendo que o câncer pode ser uma doença crônica”.

 

Fonte: www.vencerocancer.org.br