Mais de 200 mil pessoas morrem por ano em decorrência do tabaco só no Brasil

cigarroO consumo dos derivados do tabaco é responsável por quase 200 mil mortes por ano no Brasil e seis milhões de mortes no mundo, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca). De acordo com a instituição, em 90% dos casos diagnosticados, o câncer de pulmão está associado ao uso desses produtos. No Brasil, foi responsável por 22.424 mortes em 2011 (último registro). Para 2016, a estimativa da instituição é de 28.220 novos casos, sendo 17.330 homens e 10.890 mulheres.

Segundo o Ministério da Saúde, os homens são os que mais fazem uso do tabaco (12,8%), enquanto as mulheres fumantes são 8,3% dentro do total da população feminina das capitais. Há dez anos, esse número era de 20,3% entre os homens e 12,8% nas mulheres.

Neste Dia Nacional de Combate ao Fumo, 29 de Agosto, a equipe Surgery Cirurgia Avançada, reforça uma informação que precisa ser mais divulgada: “desde o fim do século 20, o câncer de pulmão se tornou uma das principais causas de morte evitáveis.“Ele é o mais comum entre os tumores malignos e a principal doença relacionada ao cigarro. O tratamento é feito com cirurgia, radioterapia e quimioterapia”, explicam os profissionais.

A evolução no tratamento oncológico tem sido consistente, porém a medida mais eficaz para a prevenção das neoplasias relacionadas ao cigarro é evitar seu uso. Para o Inca, o aumento dos impostos e preços dos cigarros é a medida mais efetiva para reduzir o consumo, especialmente entre jovens e populações de camadas mais pobres. Estudos indicam que um aumento de preços na ordem 10% é capaz de reduzir o consumo de produtos derivados do tabaco em cerca de 8% em países de baixa e média renda, como o Brasil.

Consequências

O tabaco é um fator importante no desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) como câncer, doenças pulmonares e cardiovasculares. O cigarro pode causar cerca de 50 outras doenças, especialmente problemas ligados ao coração e à circulação. Cada tragada é responsável pela inalação de aproximadamente 4.700 substâncias tóxicas. As principais são a nicotina, associada aos problemas cardíacos e vasculares (de circulação sanguínea), o monóxido de carbono (CO), que reduz a oxigenação sanguínea no corpo, e o alcatrão, que reúne vários produtos cancerígenos, como polônio, chumbo e arsênio.

 

Estômago: náuseas e irritação das paredes do estômago. As substâncias tóxicas do cigarro também podem gerar gastrite, úlcera e câncer no estômago.

Fígado: a nicotina é metabolizada no fígado e, consequentemente, aumenta a chance de desenvolver câncer no órgão.

Pulmão: os tecidos dos pulmões perdem a elasticidade e são destruídos aos poucos. A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) manifesta-se de duas maneiras: enfisema pulmonar e bronquite crônica. Das mortes provocadas por esses problemas, 85% estão associadas ao cigarro. Ela geralmente se desenvolve depois de muitos anos de agressão aos tecidos do pulmão por causa das toxinas do cigarro.

Como largar o cigarro?

1 – No Brasil, o tratamento farmacológico é o mais conhecido e inclui o uso de adesivos e goma de mascar.

2 – Existem vários grupos de apoio antitabagistas para orientar os pacientes que desejam parar de fumar. As pessoas se reúnem em grupos de autoajuda no mínimo uma vez por semana. Em alguns casos essa frequência pode ser ajustada para mais dias por semana.

3 – A abstinência é normal e dura somente alguns minutos. Neste momento, é aconselhável beber água, mascar chiclete ou comer algum doce.

4 – O indivíduo deve evitar bebidas alcoólicas e café, pois essas bebidas estimulam a vontade de fumar.

5 – A prática de exercício físico contribui muito na melhora respiratória. As atividades mais indicadas são natação, caminhada, corrida e ciclismo.

6 – Evite ao máximo o contato com outro fumante, estipulando a área externa como o único ambiente possível para quem quiser fumar, de preferência longe de você.

7 – O apoio dos familiares é fundamental para o sucesso da recuperação do ex-fumante. Se o tabagista está em tratamento, é importante que a família e amigos saibam lidar com as possíveis recaídas. Em média, é na terceira tentativa que a interrupção definitiva é alcançada pelo paciente.

Queda no consumo

Um estudo divulgado pelo Ministério da Saúde em junho deste ano constatou que 1,8 milhão de adolescentes entre 12 e 17 anos já experimentou cigarro ao menos uma vez, o que representa 18,5% dos jovens nessa faixa etária em todo o País. Em 2009, este número era 24%.

Entre os adultos, houve redução de 33,8% no número de fumantes nos últimos dez anos: 10,4% da população das capitais brasileiras ainda mantêm o hábito de fumar. Em 2006, esse percentual era de 15,7% para o conjunto das capitais.