Equipe Surgery realiza procedimento inédito no estado de Minas Gerais

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Juiz de Fora foi cenário de um procedimento inédito no campo da cirurgia pélvica de alta complexidade nesta semana. Realizada na quarta-feira, 20, no centro cirúrgico do Hospital Albert Sabin, foi a primeira vez que a técnica, ainda pouco utilizada no Brasil, foi aplicada em Minas Gerais. A iniciativa é do cirurgião oncológico da Surgery, Roberto Heleno Lopes e o ginecologista do Sabin, Luciano Furtado.

O procedimento, realizado em uma paciente portadora de endometriose profunda, é um tipo de tratamento por cirurgia minimamente invasiva (laparoscopia) com o suporte da técnica inovadora da neuronavegação. O Mapeamento da Função Autonômica nas Cirurgias Pélvicas (pIOM) é um exclusivo sistema de mapeamento, desenvolvido na Alemanha, que auxilia a identificação de estruturas do sistema nervoso autônomo durante as cirurgias pélvicas. Seu objetivo é facilitar a identificação dos nervos do plexo hipogástrico do sistema nervoso autônomo durante a abordagem cirúrgica, permitindo assim que o cirurgião estimule estruturas da cavidade pélvica e reconheça o que de fato é tecido neural através de respostas visuais e sonoras, permitindo maior precisão na realização do procedimento.

Uma das situações em que esse método é recomendado é a Endometriose Profunda. A analista de qualidade, Thalyta Raposo, 31 anos, se sente agradecida de ver que mais mulheres estão tendo a oportunidade de usar a alta tecnologia como alento para uma dor que extrapola o corpo. Eu sempre achei que minhas cólicas eram normais, apesar de insuportáveis. Mas, um dia não consegui mais acreditar que tinha que ser assim. Procurei então ajuda médica. Então, em dezembro de 2017 descobri a Endometriose Profunda, fiz a cirurgia em 2018 e de lá pra cá, levo outra vida”, conta ela. “Minha recuperação foi ótima. Por isso, recomendo a que a todas as mulheres que façam exames periódicos. Porque quando sentimos algo estranho precisamos seguir a intuição e buscar ajuda especializada. O que foge do habitual pode ser algo muito sério,” orienta ela.

O Mapeamento da Função Autonômica nas Cirurgias Pélvicas também pode ajudar no trato de doenças como Histerectomia Radical para Câncer de colo uterino e Excisão Total do Mesorreto para Câncer de Reto e Sigmoide. Nestes procedimentos há a necessidade de uma dissecção extensa das estruturas pélvicas, e a Neuronavegação contribui significativamente na prevenção de complicações pós-cirúrgicas relacionados diretamente às lesões dos plexos e nervos pélvicos, como incontinência urinária, incontinência fecal e disfunção sexual.

Segundo o médico Roberto Heleno Lopes, o aparelho de mapeamento intraoperatorio de nervos (pIOM) orienta o cirurgião a encontrar o que muitas vezes é “invisível”, devido à extensa doença pélvica. Ele funciona como uma espécie de sistema de GPS para localizar os nervos e refinar uma cirurgia de extrema complexidade.