Endometriose afeta mais de 7 milhões de mulheres no Brasil

 

Os números são alarmantes: mais de 7 milhões de mulheres no Brasil sofrem da doença causadora de dor e infertilidade. A endometriose é uma enfermidade inflamatória crônica que afeta cerca de 10% das mulheres em idade reprodutiva (entre 20 e 40 anos). Estudos da Associação Brasileira de Endometriose e Ginecologia Minimamente Invasiva constatam que se demora aproximadamente 12 anos para diagnosticar a doença.

A enfermidade silenciosa já recebeu o título de “Doença da Mulher Moderna” e se caracteriza pelo crescimento inapropriado do endométrio – tecido que envolve a parte interna do útero e se desenvolve todos os meses para possibilitar a gravidez. Quando não ocorre, o endométrio começa a descamar, ocasionando a menstruação. Porém, se ele se desenvolver e se acendometrioseumular em outras regiões, como nas trompas e ovários, adquire o nome de endometriose.

Os sintomas são dor pélvica intensa no período menstrual, dor para urinar, ao evacuar, durante a relação sexual e infertilidade. Trata-se de uma doença relacionada com o período menstrual e, portanto, acomete mulheres jovens e em idade reprodutiva.

O diagnóstico é diferencial. Inicialmente, o médico deve excluir outras causas de dor pélvica como cisto hemorrágico, doença inflamatória pélvica ou intestinal, gestação ectópica em caso de dor aguda dentre outras. Geralmente, os exames complementares solicitados são exame clínico e ginecológico, ultrassonografia e, quando necessário, laparoscopia para avaliar a extensão das lesões.

Fatores de risco

Entre os fatores de risco para desenvolver endometriose estão nunca ter engravidado, início precoce dos ciclos menstruais, início tardio da menopausa, ciclos menstruais curtos, consumo de álcool e ter níveis elevados de estrogênio.

A alimentação faz parte dos fatores de risco para aumento da inflamação sistêmica. Uma mulher que come uma dieta com alimentos com alta carga glicêmica e rica em alimentos processados é uma mulher inflamada, pois esses produtos liberam uma série de prostaglandinas, substâncias liberadas no corpo em resposta a um agente inflamatório.

Ao contrário, uma mulher que se alimenta de vegetais e com uma dieta rica em nutrientes e antioxidantes, reduz a sua inflamação sistêmica. Uma dieta para mulheres com endometriose deve ser rica em verduras, proteína de alta qualidade. nozes (todos os tipos), sementes, frutas vermelhas e outras frutas ricas em antioxidantes. Um tipo específico de vegetais, os crucíferos, são fundamentais no auxílio ao metabolismo para eliminar o excesso de estrogênio. São eles a couve, repolho, couve-de-Bruxelas e brócolis. Além de manter uma ingestão rica em fibras para o bom funcionamento do intestino, que ajuda a eliminar o estrogênio.

Como o sangramento nessas mulheres pode ser aumentado, recomenda-se avaliação dos níveis de ferro e, quando indicado deve ser realizada a suplementação. Assim como ômega 3, que deve ser suplementado, já que mulheres que mantém bons níveis de ômega 3 tem 22% menos chance de desenvolver endometriose.

 O tratamento

Consiste no alívio da dor e na redução dos sintomas associados, com prescrição de anti-inflamatórios, e na redução da produção de estrogênio com uso de anticoncepcionais orais ou outras drogas que inibem o ciclo menstrual, levando a sintomas de menopausa precoce.

Em casos mais graves, a cirurgia é indicada para remoção das lesões de endometriose na pelve e até no abdome.