Em meio a várias datas em saúde para marcar a conscientização sobre câncer, Abril é escolhido como Mês de Conscientização sobre o Câncer de Esôfago. No Brasil, o câncer de esôfago (tubo que liga a garganta ao estômago) é o 6º mais frequente entre os homens e 13º entre as mulheres. Dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) revelam que, para cada ano do biênio 2018-2019, devem ser registrados 8.240 casos novos de câncer de esôfago em homens. E 2.550 em mulheres. Esses valores correspondem a um risco estimado de 7,99 casos novos a cada 100 mil homens e 2,38 para cada 100 mil mulheres.
No câncer do esôfago, as células malignas se desenvolvem inicialmente no revestimento interno, podendo, na sua evolução, atingir outras camadas mais profundas. Os tipos de câncer de esôfago mais frequentes são o carcinoma espinocelular ou epidermoide e o adenocarcinoma. O primeiro implica em alterações das células escamosas e ocorre na maioria das vezes na parte inicial e média do esôfago. O segundo envolve alterações das células glandulares e é mais frequente na porção distal do órgão. O carcinoma epidermoide escamoso é responsável por grande parte dos casos de câncer do esôfago.
Conheça as causas da doença
A irritação crônica do esôfago pode contribuir para mudanças no DNA das células que o revestem, facilitando o aparecimento de tumores malignos. O fumo é o principal fator de risco para a doença. O outro é a ingestão sistemática de álcool. Além dos já citados, são considerados fatores de risco para o aparecimento do câncer de esôfago: Esôfago de Barrett e esofagite de refluxo – alteração na forma das células que revestem a parte inferior do esôfago, provocada pela acidez do refluxo gastroesofágico; Acalasia – alteração na cárdia (esfíncter esofágico inferior) que dificulta a passagem do alimento para o estômago e pode evoluir para a dilatação do esôfago; Tilose – hiperqueratose palmar e plantar (endurecimento da pele provocado pela produção excessiva de queratina); Megaesôfago causado pela doença de Chagas que leva à perda dos movimentos peristálticos; Homens com idade superior a 50 anos; Dieta pobre em frutas, legumes, verduras e vitaminas A, B e C; Consumo de alimentos e de líquidos muito quentes; Obesidade; Ingestão acidental ou não de produtos cáusticos; Tumores de garganta, boca e pescoço.
Sintomas
Na maioria das vezes, a dificuldade de engolir (disfagia) já sinaliza doença em estado avançado. A disfagia progride de alimentos sólidos até pastosos e líquidos. A perda de peso pode chegar até 10% do peso corporal.
Diagnóstico
Os médicos da equipe Surgery Cirurgia Avançada explicam que a detecção precoce é muito importante, já que a doença é bastante agressiva. Por não possuir membrana, o esôfago tem uma capacidade maior de ser acometido por uma infiltração das células cancerosas nas estruturas vizinhas ao órgão, disseminação para os gânglios linfáticos e metástases (surgimento da doença em órgãos distantes) com grande frequência. O diagnóstico é feito através da endoscopia digestiva (exame de imagem que investiga o interior do tubo digestivo) com biópsia para confirmação histológica.
Tratamento
Cirurgia, radioterapia e quimioterapia, de forma isolada ou combinadas, de acordo com a avaliação médica. Para tumores iniciais pode ser indicada a ressecção endoscópica, que é a retirada do tumor com acesso pela boca, sem necessidade de cortes. Outra indicação é a cirurgia radical (esofagectomia), que faz a retirada do tumor por via aberta e pode ser realizada de acordo com diferentes técnicas.
Prevenção
A prevenção do câncer de esôfago está diretamente relacionada com os bons hábitos de vida. Ter uma dieta rica em frutas e legumes, evitar o consumo frequente de bebidas muito quentes, alimentos defumados, bebidas alcoólicas e derivados do tabaco são de grande ajuda no processo preventivo.
Na dúvida, consulte um médico.